domingo, junho 8, 2025
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Produtores do RS fazem novo tratoraço pedindo securitização das dívidas

Agricultores se deslocaram pela rodovia ERS-153, entre Tio Hugo e o Fundo; Assista

Foto: Divulgação | Rede Social

Mais de 400 máquinas agrícolas participaram, na última sexta-feira (6), de um novo tratoraço promovido por produtores rurais no norte do Rio Grande do Sul. A marcha percorreu a ERS-153, entre os municípios de Tio Hugo e o Fundo, onde os tratores permaneceram concentrados ao longo do dia em protesto.

A mobilização tem como principal reivindicação a securitização das dívidas rurais, que acumularam nos últimos anos por conta de prejuízos causados por estiagens severas e outros eventos climáticos. Os produtores pedem que os débitos sejam convertidos em títulos de longo prazo, com até 20 anos para pagamento.

O movimento reúne agricultores de cidades como Marau, Coxilha, Pontão e Camargo. Segundo os organizadores, já existem 85 pontos de mobilização espalhados pelo estado. A Polícia Rodoviária Federal atualizou pela manhã o número de 15 bloqueios em rodovias federais causados por manifestações de produtores.

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Apesar de o governo federal ter anunciado, no fim de maio, uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) prorrogando por três anos as dívidas de custeio e por um ano as parcelas de investimento com vencimento em 2025, os manifestantes afirmam que a medida não resolve o problema estrutural da dívida rural.

“Não é uma ajuda, é um empurrão com a barriga. Queremos a securitização de fato, que dê condições de retomada a quem planta e colhe”, disse Juarez Trentin, produtor e líder do movimento nas cidades de Camargo e Vila Maria.

Um projeto de securitização no valor de R$ 60 bilhões, com prazo de pagamento em até 20 anos, de autoria do senador Luís Carlos Heinze (PP-RS), já foi aprovado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado e aguarda tramitação em outras comissões. A proposta é vista como a única solução viável pelos líderes do tratoraço.

“A prorrogação não resolve porque os prejuízos se acumulam ano após ano. Não estamos falando de um ou dois anos ruins. Já são cinco anos de perdas. Precisamos de um plano de sobrevivência no campo”, declarou Selmar Derlam, agricultor de Victor Graeff que acompanhou o protesto a pé.

Com o aumento das mobilizações e a rejeição das medidas parciais já anunciadas, os agricultores prometem manter os atos em todo o estado até que a securitização avance no Congresso ou uma nova proposta mais robusta seja apresentada pelo Executivo.

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