
O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado nesta semana pelo governo federal, já começa a gerar efeitos no bolso dos brasileiros e na dinâmica financeira de empresas e consumidores. A medida — que visa reforçar a arrecadação pública — eleva as alíquotas sobre operações de crédito, câmbio, seguro e investimentos, com impacto direto em compras no exterior, uso de moeda estrangeira, serviços digitais e financiamentos corporativos.
Medida polêmica
Segundo estimativas do Ministério da Fazenda, as novas regras devem gerar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. No entanto, após fortes críticas de economistas, representantes do setor produtivo e investidores, o governo recuou parcialmente em alguns pontos da medida.
O que muda para o consumidor
A alíquota do IOF sobre remessas ao exterior foi unificada em 3,5%, atingindo diretamente compras em sites internacionais, saques no exterior, serviços como Spotify e Google Drive, e carregamento de cartões pré-pagos. Até então, essa taxa variava conforme o tipo de operação.
Outra mudança significativa foi a elevação da alíquota para a compra de moeda estrangeira em espécie, que saltou de 1,1% para 3,5%, encarecendo as viagens internacionais.
Nos planos de previdência privada (VGBL), contribuições mensais acima de R$ 50 mil am a ser tributadas em 5%, enquanto aportes menores seguem isentos.
Empresas também sentem o peso
O setor empresarial também foi diretamente afetado. O IOF nas operações de crédito para empresas mais que dobrou, ando de 1,88% para 3,95% ao ano. Para micro e pequenas empresas do Simples Nacional, o imposto subiu de 0,88% para 1,95%.
Outro ponto polêmico foi a inclusão das operações de “risco sacado” — forma comum de antecipação de recebíveis no varejo — no escopo da tributação do IOF. Segundo especialistas, essa medida pode comprometer o fluxo de caixa de empresas que dependem dessa modalidade de crédito.
Recuo parcial
Diante da repercussão negativa, o governo decidiu manter a alíquota de 1,1% para remessas internacionais de pessoas físicas com fins de investimento. Também foi mantida a isenção do IOF para fundos nacionais que aplicam no exterior, medida importante para investidores institucionais.
Reação do mercado
O anúncio provocou instabilidade nos mercados. A Bolsa de Valores brasileira fechou em queda de 0,44% no dia da divulgação das mudanças, enquanto o dólar disparou, sendo cotado a R$ 5,66.
Custos adicionais
O aumento do IOF impõe custos adicionais a consumidores e empresas em um momento de recuperação econômica. Apesar dos ajustes posteriores do governo, os impactos seguem sendo sentidos em transações do cotidiano, como compras digitais e crédito empresarial, além de lançar um sinal de alerta para investidores e o setor produtivo.